Mais uma etapa percorrida

Naquela noite dormi bem, mas muito pouco. Os olhos custaram a fechar-se mas ao romper do dia não custaram nada a abrir, mesmo assim acordei bem e animada. Levantei-me e fui tomar banho, todo o ritual dessa manha foi cuidado e sem pressas, tinha tempo…

Após sair de casa e preparar os últimos retoques pus me a caminho, era perto e depressa cheguei. Subi aquelas escadas e esperei. Nos minutos que passaram começaram a chegar pessoas e fomos entrando, a primeira parte era a mais fácil, apenas tinha que assistir, daí a pouco chegava a minha vez.

Tudo correu bem, e mais uns minutos de espera, entre conversas, parabéns, caras novas, risos e descontracções o tempo foi passando. Tinha chegado a minha vez. A sala encheu, todos se sentaram e eu fiquei ali de pé. Foi a altura em que senti que estava fora do meu corpo, estava algures na sala a observar-me, a ver cada passo, a ouvir cada palavra que eu dizia.

Disseram-me que os primeiros minutos eram os mais dolorosos, mas para mim esses foram os mais simples, pois eu estava de fora a ver. Lentamente comecei a entrar no meu corpo e foi altura em que as pernas e as mão começaram a tremer e a voz a querer falhar, fiz força nos saltos agulha, agarrei ambas as mãos e subi o tom de voz, a sensação que minutos antes me tinha perturbado foi indo e eu fiquei só e cada vez mais confiante.

Por fim, quando terminei, uma sensação de alívio percorreu todo o meu corpo, mas por outro lado senti uma grande perda.

Sabia que era o fim, e que não podia voltar atrás.