Cada vez mais acho que essa frase, sobretudo quando usado na primeira pessoa, funciona mais como um argumento de força, um argumento ad baculum muitas vezes empregue ad nauseam, e que serve única e exclusivamente para camuflar a falta de outras ideias e interpretações legítimas, racionais, com pés e cabeça.
É óbvio que a experiência de vida é uma fonte de informação, um manancial de conhecimentos importante.
Mas está muito longe de chegar. Sobretudo numa época como a nossa, em que tudo acontece a uma velocidade nunca antes vista. Ontem está a uma distância de hoje grande. A evolução tecnológica, social, de valores não se coaduna com passos curtos, mas sim com uma corrida.
Ou seja, por muito que a minha avó, ao longo da vida dela, tenha aprendido com o que lhe aconteceu, não está preparada para entender muitos dos fenómenos económicos que sucedem à escala planetária. Porque, por exemplo, atribuir à globalização apenas a deslocalização de empresas para países com custos laborais inferiores é reduzi-la a uma só vertente de um processo multifacetado. E sem se aperceber que outros países mais avançados já perderam as suas indústrias a nosso favor.
É claro que, do ponto de vista dela, eu tenho uma capacidade de interpretação curta porque sou novo. E sou irrevente e arrogante.
A verdade é que concordo com tudo o que dizes, mas, e há sempre um mas. A minha avó tinha a mesma ideia que a tua, sobre mim. Mas até um certo ponto acredito naquilo que ela dizia, porque apesar de sim, ela não entender a maioria das coisas que hoje em dia acontecem a uma velocidade extraordinária, havia outras em que era a primeira, antes de qualquer um de nós, a perceber o que se passava.
É certo que não se pode generalizar qualquer tipo de ditado popular, mas a maioria das vezes servem para nos tentar ensinar alguma coisa. Neste em particular acredito que o objectivo é lembrar-nos do quanto é importante ouvir aquilo que eles (mais velhos), têm para nos dizer. Porque há certas e determinadas coisas em que é importante ouvir quem tem mais experiência sobre o assunto.
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Cada vez mais acho que essa frase, sobretudo quando usado na primeira pessoa, funciona mais como um argumento de força, um argumento ad baculum muitas vezes empregue ad nauseam, e que serve única e exclusivamente para camuflar a falta de outras ideias e interpretações legítimas, racionais, com pés e cabeça.
É óbvio que a experiência de vida é uma fonte de informação, um manancial de conhecimentos importante.
Mas está muito longe de chegar. Sobretudo numa época como a nossa, em que tudo acontece a uma velocidade nunca antes vista. Ontem está a uma distância de hoje grande. A evolução tecnológica, social, de valores não se coaduna com passos curtos, mas sim com uma corrida.
Ou seja, por muito que a minha avó, ao longo da vida dela, tenha aprendido com o que lhe aconteceu, não está preparada para entender muitos dos fenómenos económicos que sucedem à escala planetária. Porque, por exemplo, atribuir à globalização apenas a deslocalização de empresas para países com custos laborais inferiores é reduzi-la a uma só vertente de um processo multifacetado. E sem se aperceber que outros países mais avançados já perderam as suas indústrias a nosso favor.
É claro que, do ponto de vista dela, eu tenho uma capacidade de interpretação curta porque sou novo. E sou irrevente e arrogante.
O que se calhar até nem é mentira.
A verdade é que concordo com tudo o que dizes, mas, e há sempre um mas. A minha avó tinha a mesma ideia que a tua, sobre mim. Mas até um certo ponto acredito naquilo que ela dizia, porque apesar de sim, ela não entender a maioria das coisas que hoje em dia acontecem a uma velocidade extraordinária, havia outras em que era a primeira, antes de qualquer um de nós, a perceber o que se passava.
É certo que não se pode generalizar qualquer tipo de ditado popular, mas a maioria das vezes servem para nos tentar ensinar alguma coisa. Neste em particular acredito que o objectivo é lembrar-nos do quanto é importante ouvir aquilo que eles (mais velhos), têm para nos dizer. Porque há certas e determinadas coisas em que é importante ouvir quem tem mais experiência sobre o assunto.
E mais importante ainda, saber ouvir.
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