Anos depois, reencontraram-se.
Ela vestiu uma camisola de lã, de gola alta enfiou um gorro, pegou na pasta e na carteira, nas chaves na mesa da entrada, e olhou uma última vez para o casaco, depois para a janela. Resolveu deixá-lo em casa.
Puxou a porta e desceu as escadas. Havia um cheiro doce nas escadas. Um qualquer perfume que a vizinha tinha posto
Um bela dia pensou, olhou para o relógio. Ainda tinha tempo e apetecia-lhe tanto um daqueles bolos de que já não se lembrava à tanto tempo. Daquela pastelaria que costumava ir à uns anos. Demasiado escondida e fora do caminho para lá passar todos os dias.
Apercebeu-se que fazia muito tempo que não ia lá. Questionou-se se ainda existiria. Resolveu arriscar. Quando se começou a aproximar, sentiu aquele cheiro característico. Já não se lembrava que sabia tão bem.
Abriu a porta e entrou, estava calor. Absorta nas suas recordações não reparou que ele estava ali mesmo à sua frente.
Estava no lugar do costume. Sentava-se naquela mesma cadeira fazia muito tempo. Todas as manhãs tomava o pequeno-almoço naquele mesmo lugar. Quando a porta se abriu, ele olhou. Via a sua silhueta a entrar. Seguiu-a com o seu olhar, talvez à espera que ela o visse. Ali sentado.
Ela parou, recordou-se dele. Recordou-se também do lugar que costumavam ocupar. Virou-se, olhou e lá estava ele. Parado, com o café na mão a olhar fixamente para ela.
Esboçou um sorriso, voltou atrás e sentou-se. Pediu um café e um pastel de nata.
Já não fazia isto há anos, já não o via há anos. Pensava nele todos os dias. Nunca cá tinha vindo procurá-lo.
Tinha sido hoje.
2 Comments:
Hummm... pois e tal, parece que sim? E então como acabou? Foram felizes ou infelizes para sempre? Detesto fins não definidos... ;) Bejinhos
Não é um fim amigo Roma, mas sim o (re)começar de um novo início...
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