quarta-feira, novembro 30, 2005

Os enfeites, as iluminações, as músicas, o consumismo... entre tantas outras coisas que apenas existem nesta altura.

Está provado. Não gosto mesmo do Natal

domingo, novembro 27, 2005

Anos depois, reencontraram-se.

Parecia uma manhã solarenga, apesar do frio que se tinha feito sentir nos últimos dias. Era um dia importante, a apresentação do projecto estava próxima e hoje o cliente vinha pela última vez ver como estavam as coisas antes da apresentação.

Ela vestiu uma camisola de lã, de gola alta enfiou um gorro, pegou na pasta e na carteira, nas chaves na mesa da entrada, e olhou uma última vez para o casaco, depois para a janela. Resolveu deixá-lo em casa.

Puxou a porta e desceu as escadas. Havia um cheiro doce nas escadas. Um qualquer perfume que a vizinha tinha posto em demasia. Abriu a porta da rua e saltou para o passeio.

Um bela dia pensou, olhou para o relógio. Ainda tinha tempo e apetecia-lhe tanto um daqueles bolos de que já não se lembrava à tanto tempo. Daquela pastelaria que costumava ir à uns anos. Demasiado escondida e fora do caminho para lá passar todos os dias.

Apercebeu-se que fazia muito tempo que não ia lá. Questionou-se se ainda existiria. Resolveu arriscar. Quando se começou a aproximar, sentiu aquele cheiro característico. Já não se lembrava que sabia tão bem.

Abriu a porta e entrou, estava calor. Absorta nas suas recordações não reparou que ele estava ali mesmo à sua frente.

Estava no lugar do costume. Sentava-se naquela mesma cadeira fazia muito tempo. Todas as manhãs tomava o pequeno-almoço naquele mesmo lugar. Quando a porta se abriu, ele olhou. Via a sua silhueta a entrar. Seguiu-a com o seu olhar, talvez à espera que ela o visse. Ali sentado.

Ela parou, recordou-se dele. Recordou-se também do lugar que costumavam ocupar. Virou-se, olhou e lá estava ele. Parado, com o café na mão a olhar fixamente para ela.

Esboçou um sorriso, voltou atrás e sentou-se. Pediu um café e um pastel de nata.

Já não fazia isto há anos, já não o via há anos. Pensava nele todos os dias. Nunca cá tinha vindo procurá-lo.

Tinha sido hoje.

sábado, novembro 26, 2005

Não sabia ao certo

quanto tempo teria passado, desde que se tinha sentado naquele frio banco de jardim. Estava com frio e sentia que estava na hora de regressar.

Levantou-se, e reparou no jardim, tinha tomado novas formas, novos sons, novos tons. Pareceu-lhe diferente. Cheio de uma vida que ele nunca tinha visto, uma vida que lhe tinha passado ao lado até então.

Saboreou aquele momento, já não tinha pressa...

sexta-feira, novembro 25, 2005

Ia no seu passo apressado,

como de costume. Já tinha passado a passadeira da avenida, que àquela hora estava muito movimentada, e entrado no jardim. Seguia pelo caminho principal, sem ver o que estava a sua volta, o caminho era sempre o mesmo, pensava que já o conhecia de cor, nem sequer precisava de olhar, de o ver, de o sentir.

O telefone tocou, sentiu-o no bolso de dentro do casaco. Era habitual tirar-lhe o som, raramente se lembrava de o voltar a ligar. Retirou-o e atendeu-o sem sequer ver quem era.

Chocou com uma senhora que vinha no sentido contrário. Parece que hoje vinha especialmente abstraído do que o rodeava. Vinha mais distraído. Pediu desculpa e continuou.

A voz do outro lado ainda não se tinha calado, mas ele parecia que ainda não tinha ouvido nada.

Até que do outro lado salta um berro:

- “ESTÁS ME A OUVIR?”
- “Desculpa, desculpa, estou aqui. Sim, diz...”

Foi abrandando o passo, cada vez mais, cada vez mais devagar. Parou. Parecia-lhe o que mundo todo à sua volta tinha parado também...

Sentou-se no banco de jardim, estático, com o telefone na mão...

E ali ficou...

Porque

grandes amigos fazem grandes companhias, grandes noites, daquelas a serem lembradas anos mais tarde, aquelas que quando nos sentamos a uma mesa e começamos na partilha de lembranças, nos trazem risos e alegrias.

Não tenho mais a dizer senão um grande obrigado, aos que me presentearam com a sua companhia.

terça-feira, novembro 22, 2005

Já tinhas o cabelo todo branco,

mas para mim parecia-me que sempre tinha sido assim, toda a tua vida. Não tinha a noção da tua idade, eras apenas adulta, nada mais. Tratavas-me como uma senhorita.

Cada coisa que eu dizia era importante para ti. Convidavas-me a estar em tua casa, à lareira mostravas-me livros explicavas-me coisas, quando me sentava no sofá, traçava a perna, só para me sentir maior, mais parecida contigo. Quando fazia sol ia-mos para a varanda beber limonada.

Adorava aquela carpete verde, aquele cinzeiro de pé alto, ao lado do sofá, aquele candeeiro enorme que parecia saído de um qualquer filme. Aquela casa que me fazia sonhar. De vez em quando sentávamo-nos na carpete para brincar e rir. Éramos amigas.

Ficaste sem aparecer, senti a tua falta. A última vez que te vi, aprendi uma lição nova, a última que me ensinaste.

Que partir significa nunca mais te ver. Nunca mais te ouvir rir. Nunca mais escutar uma história tua.

Desde então, as minhas memórias tomaram um outro significado para mim.

sábado, novembro 19, 2005

Trabalhar

não faz mal a ninguém. Para mim até acho que é muito bom, sabe-me bem... mas CANSA.

domingo, novembro 13, 2005

Cada dia que passa

em que sou obrigada a olhar para a tua cara, a minha paciência diminui. Espero que tenhas a bondade de desaparecer antes de ela se esgotar.

Porque não iria saber onde adquirir mais.

sábado, novembro 12, 2005

O que aconteceu

às noites em que nos podíamos sentar no sofá, confortavelmente a ver um qualquer programa televisivo?

É porque hoje em dia, isso é praticamente inconcebível. A quantidade de programas, anúncios e outras tantas coisas que invadiram os nossos ecrãs são de uma qualidade tão duvidosa que começo a pensar seriamente se a televisão é um objecto assim tão importante numa casa.

Ultimamente para mim não tem tido utilidade nenhuma.

(é certo que a minha televisão só tem 4 canais, mas...)

terça-feira, novembro 08, 2005

Ando ansiosa - e não sei porquê.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Dizem que

o dia tem 24 horas, que cada hora tem 60 minutos, que tem 3600 segundos.

Alguém me pode explicar para que serve tanta divisão. Não poderíamos viver sem tamanha relação directa como o tempo?

domingo, novembro 06, 2005

Não sei se já repararam,

em como as moscas andam “chatas”, impertinentes, “moles”, insuportáveis. Voam de um lado para o outro sem destino, andam à nossa volta sem parar. Aborrecem.

A temperatura está a descer, o frio a chegar. E as pobres moscas não aguentam baixas temperaturas. Sentem que vão morrer. Daí a sua impertinência. Andam desvairadas com o destino que as espera.

Triste, o fim de mosca...

terça-feira, novembro 01, 2005

Tenho um amigo meu,

que cada vez que falamos acerca de jardins, ele queixa-se sempre do mesmo. Que detesta a relva do dele lá de casa. Não gosta de ter que a cortar todas as semanas. Parece-me que preferia não a ter para não ter o trabalho de a cortar.

É claro que a minha ideia é outra, sem dúvida nenhuma. Mas encontrei a solução para o problema do meu amigo. Zoyzia tenuifolia. Com mais ou menos dois cortes anuais, tens a tua relva bonita e pequenina.

Então que tal?