sexta-feira, março 31, 2006

«Da janela da memória vejo-te feliz, sorridente, amiga de todos… da janela do coração imagino-te uma menina com as mesmas qualidades e em sucesso…»

São estas pequenas coisas que nos fazem felizes.

Só queria partilhar com vocês…

Às vezes não sei por onde começar, é me difícil passar para palavras o que penso/sinto. Mas provavelmente já todos vocês devem ter passado pelo mesmo e certamente me vão compreender na perfeição.

O que eu quero dizer é que hoje me sinto feliz, livre, inteligente, alegre, bem disposta, bem comigo… apesar de o dia ser de chuva (e eu preferir dias de sol), parecer triste lá fora, eu ter apanhado uma molha, ter reparado que já engordei uns quilinhos, ter almoçado sozinha, estou FELIZ.

quarta-feira, março 29, 2006

Alguém me consegue explicar

o porquê de depois de já estar por estas bandas há quase dois meses, continuo a receber mensagens no telemóvel que dizem, um irritante, Bem-vindo à Eslováquia, para aceder à sua caixa de correio … blá, blá, blá … desejamos-lhe uma óptima estadia.

terça-feira, março 28, 2006

Trazias os olhos húmidos e vermelhos,

a tua cara estava inchada, decerto que tinhas estado a chorar, mas nem me atrevi a perguntar. Cruzaste aquela porta e olhaste-me em tom de pedido desesperado, Tira-me daqui!

Tentei manter a expressão mais normal que consegui, foi difícil, mas acho que apreciaste o facto de não haver perguntas, de não haver agitação da minha parte. Peguei em ti e fomos dar um passeio, disse-te que precisava de espairecer, de refrescar as ideias, o ar estava pesado ali. Assentiste com a cabeça muito rapidamente, mais do que é normal.

Quando saímos para a rua e abri a porta uma lufada de ar frio percorreu-nos o corpo, sorriste, um sorriso tímido. Gostei desse sorriso, trazia esperança, trazia alegria.

segunda-feira, março 27, 2006

Pelos dias em que te conheci,

atrevia-me a dizer que eras especial. Os teus olhos mostravam sempre algo mais do que a tua conversa, do que a tua postura, os teus comportamentos. Queria acreditar no que via, queria acreditar que esses olhos falavam verdade, e que afinal eras mais, muito mais.

Mas a questão é que nunca tiveste vontade que eu acreditasse, e a minha esperança e a minha forma de acreditar foi se desvanecendo com o tempo. Cada dia que passa é mais e mais complicado acreditar que o que penso é verdade.

É então cada vez é mais fácil acreditar em ti e deixar de acreditar que és especial. Penso que é realmente aquilo que queres, que é realmente aquilo que pretendes. Não te consigo compreender mas tu não queres que te compreenda.

Por muita vontade que tenha, por muita força que tenha, o tempo leva tudo, e o tempo está a passar e com ele está a partir a minha visão de ti.

Estou a deixar de acreditar em ti…

quarta-feira, março 22, 2006

No meu país há pastéis de nata.

No país há bacalhau salgado.

No meu país há praia.

No meu país há mar.

No meus país há ir e voltar.

terça-feira, março 21, 2006

No outro diz pôs se uma questão.

Por que carga de água é que esta gente não pára nas passadeiras para deixarem os peões passar. Depois ocorreu me que há velocidade que estes gajos andam na estrada (mesmo em cidade), não param porque têm medo que o tipo que vem atrás lhe vá ao cú (pode não parar a tempo!)

Sem dúvida, das coisas mais inesperadas, mas mais fantásticas que já nos aconteceram por aqui. É verdade ontem fomos assistir a um concerto português, num pequeno bar aqui da cidade, o C. foi tocar. E digo-vos que correu na perfeição, o som estava excelente, o ambiente um espectáculo e claro, sempre podemos fazer coro.

segunda-feira, março 20, 2006

Uma semana de loucos,

é a melhor forma de descrevê-la. Isto no bom sentido, claro! Muitas saídas, muitos copos, muita música, muito rir. Mas é claro que com uma semana tão agitada tinham que acontecer muitas aventuras e desventuras. Uma das noites em que saí, tive das maiores surpresas que alguma vez pensei ter por aqui. Encontrar Portugueses! Quase que nem acreditei, quando o J. se aproxima de mim e me pergunta: - São Portugueses?, acreditem que foi a pergunta mais inesperada que alguém me poderia fazer aqui (pelo menos da forma que foi feita, em português!)

Estamos nós quase no fim do mundo, Nitra na Eslováquia, quem diria, não é. E mesmo assim eles andam aí. São dois e julgavam se tão sozinhos quanto nós. A verdade é que agora somos mais dois.

Bons portugueses que somos combinámos logo um jantar na minha residência para o dia a seguir, mas para variar a noite não é o melhor sitio para combinar seja o que for. Portanto nova aventura, o C. o J. e o N. (um Espanhol), ficaram cerca de uma hora à espera num local e eu cerca de uma hora á espera noutro. Eles não jantaram e nós jantámos sozinhos.

Mas como sempre, o mundo é pequeno e já conseguimos os números uns dos outros, finalmente jantar-mos juntos e sairmos juntos.

Sábado fui a Bratislava, a capital. Cidade engraçada, mas como éramos muitos, logo fizemos a festa sozinhos e tornámos o nosso dia, no dia oficial de terapia do riso. Está marcado.

E agora, vem aí mais uma semana. Espero que tão boa quanto a última.

"Bratislava, essa bela localidade"







domingo, março 19, 2006

Há muito e muito para escrever. As aventuras têm sido umas atrás das outras, desde encontrar portugueses na noite, a ter um dia de terapia do riso a uma semana de loucos.

Tudo vai pelo melhor, tirando que falta tempo para contar o que há para contar.

terça-feira, março 14, 2006

Recapitulando

Como eu disse à cerca de mês e meio atrás, e repito, ouvi dizer que eles lá têm bom vinho...

Agora vem a confirmação, eles realmente têm bom vinho!

segunda-feira, março 13, 2006

Esquiar parece tão fácil…

Estávamos a meio da semana, em mais uma apresentação dos países, comida, imagens, história, o mesmo de sempre, quando inesperadamente, Lenka (a nossa amiga eslovaca) resolve perguntar “Sempre querem ir esquiar”, “Claro”, respondemos nós, “Então amanha à uma estejam prontos”.

Era impossível dizer que não, mesmo que quiséssemos (o que não era o caso). E assim foi Quinta-feira à uma, estávamos prontos, de mala aviada. Seguiram-se seis horas de viagem, num autocarro bem antigo, por um nevão que não deu tréguas. A esperança era de que no fim-de-semana não estivesse tão mau tempo.

Já era noite cerrada quando finalmente chegámos ao nosso destino – Kežmarok, perto das montanhas Tatra, na fronteira com a Polónia. Ficámos o fim-de-semana em casa da Lenka, onde fomos tratados como reis. As pessoas são muito hospitaleiras apesar de não entenderem nada do que dizemos. Claro que deu para aprender novas palavras eslovacas, de forma a poder comunicar melhor com eles. Valeu-nos a Lenka que fala muito bem português.

O programa traçado era no Sábado, quando a Lenka tivesse carro irmos até às montanhas fazer esqui. Portanto na Sexta deu para passear pela cidade, muito bonita por sinal, sairmos à noite, jantar fora e beber uns pivos.

Chegou o Sábado e preparamos tudo, as botas, os esquis, as luvas, os casacos… e lá fomos nós, rumo às montanhas. 35 minutos de caminho e lá chegámos a um local cheio de hotéis, restaurantes, neve e claro muita gente com esquis. Pegámos no material e dirigimo-nos para o elevador, “Vamos só subir, depois descemos com esquis”, disse a Lenka. (Não parecia muito difícil, dito assim!)

Material às costas, parar num sítio que nos pareceu agradável e lá nos começámos a preparar. Éramos quatro e só haviam três esquis, portanto foi à vez, comecei eu e o Bruno. Depois a Sílvia (que não gostou muito), e acabámos por ficar os três, eu o Bruno e a Lenka.

Depois de várias quedas as aulas da Lenka começaram a dar os seus frutos e lá me fui conseguindo orientar com os esquis. Saber curvar, saber subir e especialmente saber parar (O MAIS IMPORTANTE). Seguiu-se a descida da montanha, igualmente atribulada. A Sílvia veio a pé, e nós os três a esquiar. Eu lá me consegui orientar, mas o Bruno que não conseguia travar lá muito bem, deu umas quedas um pouco aparatosas e abraçou umas quantas árvores. Nada de muito grave, mas claro que deu para dar umas quantas gargalhadas.

Ficam as fotografias para relembrar.

E lá vou eu



As quedas



Era alta, não era!

Os aprendizes




A paisagem



Kežmarok

domingo, março 12, 2006

Respira fundo e conta até dez

Olhou-se ao espelho e viu a sua cara desfigurada, estava vermelha e inchada. Abriu a torneira e lavou-a abundantemente a água estava fria, mas não fazia diferença.

Inspirou todo o ar que conseguiu, expirou, e começou a contar devagar, um… dois… três… até dez. Voltou a olhar-se ao espelho, estava mais calma.

terça-feira, março 07, 2006

Quando eu era pequenina #2

e a minha mãe me dizia que podia escolher um bolo de pastelaria, eu ficava a olhar para os pastéis de nata. Perguntava de imediato, posso comer dois? Ao que a minha mãe respondia, não, só um! Decidia-me sempre pela bola de Berlim (o maior que lá estava!).

segunda-feira, março 06, 2006

Quando eu era pequenina

e aprendi a ler, tinha o hábito de ler tudo o que me aparecia à frente. Havia uma coisa que me intrigava quando lia as placas indicativas na estrada, quando chegávamos a uma cidade havia sempre placas a indicar o centro, mas quando efectivamente chegávamos ao centro, não havia nenhuma que realmente dissesse que ali era o centro.

domingo, março 05, 2006

Perguntas tu

Hoje perguntaram-me, que tal esses 24? A verdade é que ainda não posso realmente responder a essa questão. Como é possível responderemos a algo que apenas agora começamos a viver? Seria o mesmo que perguntar a uma recém casada, que tal o casamento? Como te sentes uma mulher casada? Obviamente que ela não seria capaz de responder, pelo menos não seria capaz de fazer uma boa apreciação da coisa. É por isso que respondemos sempre algo do tipo, bem, sim tudo bem.

Portanto reflictam bem nas questões que fazem.

Optei

por não te esquecer, por não te remover da minha memória. Permiti que continuasses a percorrê-la como se estivesses presente na minha vida.

A verdade é que continuas a passear-te pelos meus pensamentos, uns dias demasiado à vontade.

Outros há, em que pareces perdido.

«…pensou que afinal ainda não tinham falado sobre nada importante, e ele percebeu que afinal não tinha também muita vontade de o fazer, de discutir fosse o que fosse, de ouvir coisa alguma, uma vez mais apenas o desejo sereno de assistir sem o compromisso de participar, sem a inevitável dor de fazer parte, estar ou ser.
- Estás muito calado.
Estava a rezar tanto para que os minutos se prolongassem, preguiçosos, por dentro deste silêncio que preservávamos no meio do burburinho geral, como um bem precioso, como um segredo íntimo, juro-te que por momentos julguei atingir uma parcela desconhecida de felicidade, ou pelo menos um estado límpido sem merdas, sem porras, pensei por instantes, por minutos, estar bem, estar realmente bem num tempo e num espaço desconhecidos, pensei, juro-te, que te amava, mas vejo que amava em ti aquilo que quero desesperadamente quero amar em todas as pessoas, o serem bonitas quando as quero ao pé de mim, mas que de resto não me chateiem.»

Daqui a Nada, Rodrigo Guedes de Carvalho

sábado, março 04, 2006

"If It Be Your Will"


If it be your will
That I speak no more
And my voice be still
As it was before
I will speak no more
I shall abide until
I am spoken for
If it be your will
If it be your will
That a voice be true
From this broken hill
I will sing to you
From this broken hill
All your praises they shall ring
If it be your will
To let me sing
From this broken hill
All your praises they shall ring
If it be your will
To let me sing

If it be your will
If there is a choice
Let the rivers fill
Let the hills rejoice
Let your mercy spill
On all these burning hearts in hell
If it be your will
To make us well

And draw us near
And bind us tight
All your children here
In their rags of light
In our rags of light
All dressed to kill
And end this night
If it be your will

If it be your will.

Leonard Cohen

E já lá vão 24!

Uma manha como qualquer outra por estas bandas, com a pequena diferença que o dia pede comemoração. Supermercado, para acabarmos de abastecer o nosso frigorifico e preparativos para a noite. Chega-se à hora combinada e já está um turco a perguntar pelos portugueses. Quero ajudar diz ele. Começamos a transportar tudo para a cozinha, porque o quarto é pequeno para tanta gente, e o corredor é apenas de estudantes erasmus, todos convidados para a festa. Começam a a chegar, saídos timidamente dos quartos, outros da rua, trazem presentes, cantam os parabéns em línguas desconhecidas e de formas estranhas. Rimos, cantamos, conversamos, aprendemos, bebemos, comemos, voltamos a rir, a cantar, a conversar.

E assim se transforma uma vulgar noite, em alegria contagiante.

Kitchen party

Às vezes

dou por mim a pensar como teria sido se me tivesses compreendido melhor, se soubesses tão bem como eu que queremos o mesmo. Que queremos da mesma forma. Não que seja a coisa mais importante, não que me incomode, mas porque de certa forma não posso negar que não queira voltar a ver esse sorriso.