terça-feira, fevereiro 28, 2006

Assistir

a uma aula em eslovaco é das coisas mais interessantes que fiz nos últimos tempos. O que me valeu foi a Ágata, uma polaca, a tentar perceber eslovaco e a traduzir para inglês.

Claro que nem sempre dá bom resultado, mas lá se vai indo.

Neve,

a vontade que dá e de sentar no chão e ali ficar a ouvir o som que fazes quando cais em cima das folhas de plátanos congeladas.

Cada dia, uma aventura,
Cada saída, uma descoberta.
Cada olhar, um encontro.
Cada passeata, uma peripécia.
Cada sorriso, uma alegria.

domingo, fevereiro 26, 2006

Vinhas vestida de branco

e encontraste uma pequena brecha por onde podias entrar em minha casa. Entraste devagar e timidamente ocupaste aquele pequeno espaço que a janela te deixava. Eu estava sentada ao longe, junto à lareira a observar-te. Julgo que a principio não me viste, mas tenho a certeza que houve um momento em percebeste que estavas a ser observada. Mesmo assim não te contiveste e deixaste-te estar.

Estava quente em casa, e tu foste lentamente mudando de forma.

sábado, fevereiro 25, 2006

Zobor...

um monte mesmo aqui ao pé, fomos a pé. São 585 m. Mas não conseguimos chegar ao topo, por causa do tempo.

Fica para a próxima...

Um cheirinho do nosso dia...



quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Hoje reparei numa coisa extraordinária, vi um garoto com cerca de três anos a falar eslovaco. Tão pequenino e já aprendeu.

Na minha frente tenho uma grande janela, levantei a cabeça e reparei que começou a nevar.

Fernando Pessoa Universal

Se eu pudesse

Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe o paladar,
Seria mais feliz um momento…
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural…

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva…

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja.


Keby som mohol

Keby som mohol rozdrvit‘zem
a okúsit’jej chut’,
bol by som na chvíl’u št
’astnejší...
Ale nechcem byt’št’astný,
Y času na čas je treba byt’ aj nešt’astný,
aby som mohol byt’ prirodzený

Všetkz dni sú slnečné,
A ked
dlho neprší, prosíme o dážd‘.
Preto beriem nešt‘astie spolu so št’astím
Prirodyene, ako ten, ktorého neprekvapí,
Že sú hory a roviny,
Skálie a tráva.

Bud‘ teda prirodyený a pokojný
V št’astí i nešt’astí,
Vnímaj tak ako sa pozeráš,
Rozmýšl‘aj tak, ako chdíš,
A pred smrt‘ou si spomeň na to, že aj deň zomiera,
A západ slnka je krásna je i noc, ktorá zostáva...
Je to tak a tak to má byt‘
.


Fernado Pessoa Purália Tantum, Alberto Caeiro

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Parecem-me perdidos!


Tão pequenina...

Estavam zangados!

Pela cidade e ... (pelo jantar)























Á espera do Nuno...

Viena, uma bela cidade…

O fim-de-semana em Viena foi maravilhoso. Uma óptima companhia e uma cidade lindíssima.

Acreditem que ia com a ideia de que a cidade era bonita mas descobri que é ainda mais bonita do que pensava. Foi duro, pois os dois dias que lá estivemos acordámos muito cedo e percorremos uns quantos quilómetros. Mas valeu a pena.

No Sábado andamos pela parte central da cidade, a parte baixa. Muitas igrejas, muitos edifícios lindos, sol (coisa que já não víamos há uma semana) e não tinha neve (para nossa alegria podemos andar à vontade). O Nuno Martins é que se queixava muito do frio, mas ele vai ver o que é frio daqui a uma semana.

Tínhamos pensado em ir à opera no final do dia de Sábado, mas quando lá chegámos a ópera tinha começado à uma hora, eram seis e meia da tarde e a ópera era das cinco e meia e às dez (acho que eram muitas horas para quem estava cansado), sendo assim ficámos sem programa.

Decidimos então ir procurar um local típico para jantar. Percorremos umas quantas ruas até que encontramos um restaurante que nos pareceu bom. Não podíamos ter feito melhor escolha, uma tasca com óptima comida e óptima cerveja.

Melhor tinha sido difícil…

Piatok (Sexta-feira)

Era este o último nome que precisavam de saber para poderem dizer todos os dias da semana em eslovaco.

Então têm:

Pondelok
Utorok
Streda
Štvrtok
Piatok
Sobota
Nedel’a

Hoje para nosso espanto em cerca de uma hora de manha conseguimos tratar do resto das coisas que faltavam e as quais andávamos à uma semana para trás e para a frente a tentar fazer.

Hoje à tarde vamos para Viena ter com o Nuno Martins que chega às 21.00. Vamos ficar o fim-de-semana e vamos passear por lá.

Depois ponho fotos.

domingo, fevereiro 19, 2006

štvrtok (Quinta-feira)

Tratar de todos os papéis por aqui não é muito fácil, principalmente quando não se percebe nada da língua que falam. Estamos aqui já faz quase uma semana e ainda há muita papelada para levar de um lado para o outro para assinar, para mostrar, para pagar, para ir buscar, para… para…

Mas vai se indo com calma e perguntando cada coisa mais que uma vez. Está a nevar desde ontem à noite o que fez com que a manhã fosse muito branquinha.

Para a minha mãe que costuma se queixar da geada de manhã no carro aqui vai uma foto de como seria chegar ao carro de manhã e encontrá-lo todo branquinho e tapadinho.

A cidade fica muito bonita com neve, as arvores muito branquinhas e o rio já começou a congelar outra vez. Parece que ainda vamos ter muitas semanas de frio e neve.

Uma curiosidade muito engraçada. Hoje quando vínhamos a chegar à residência encontrámos uma pequena toupeira a passear pela neve. Quando nos sentiu enfiou-se para dentro do chão. Só aqui para ver coisas destas.



Streda (Quarta-feira)

O dia dedicado à policia. Tivemos que ir dar entrada da nossa presença no pais à polícia, o que demorou a tarde toda para entrar numa sala, assinar aqui, assinar ali, sair da sala, voltar a entrar assinar aqui e ali outra vez e finalmente estávamos descansados.

Soubemos que a quarta é o dia de sair por aqui, pois à quinta os estudantes vão para casa ao contrário da nossa sexta, um pouco mais precoces). E por este motivo a Lenka e a Lúcia resolveram ir nos mostrar a noite de Nitra.

Divertimo-nos imenso e o ponto alto da noite foi mesmo quando fui ao bar buscar duas imperiais (pivo como se diz por aqui) que eu já sabia que eram de meio litro, o que eu desconhecia era que custavam apenas 50 coroas. Isto quer dizer que paguei por um litro de cerveja num bar uns míseros 1.5euros. Um pivo de meio litro custa 75centimos. Barato, não vos parece?


Utorok (Terça-feira)

Hoje tivemos que almoçar relativamente cedo, coisa a que ainda não estamos muito habituados. Eram cerca de umas 11 da manha, 10 em Portugalsko (não eu não escrevi a palavra Portugal de forma errada, mas sim da forma que se escreve por estas bandas). E tudo isto porque o meu professor combinou comigo ontem à 1 hora de hoje. Ter coisas combinadas para a 1 que não impliquem almoço é realmente estranho.

Conseguimos ter acesso à Internet como devem ter reparado. Tive sorte pois consegui colocar as coisas no blog. É para se irem entretendo.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Um cheirinho de Nitra





Pondelok (Segunda-feira)

Como já sabem nós por aqui ainda não temos acesso à Internet, portanto os meus posts são colocados todos de seguida, não que eu não escreva todos os dias, mas porque é impossível colocá-los por aqui.

É por isso que têm direito aos dias da semana, numa língua deveras interessante.

Os dias vão se passando entre ir ao supermercado às compras (pois faltas muita coisa) e passeio pela cidade. Hoje fomos também à nossa faculdade (cerca de 20m a pé da residência), é um edifício novo muito engraçado e muito acolhedor, muito parecido com os nossos da faculdade.

Temos uma festa de anos do George (que não é o nome real dele, é da Polónia e o nome complicado de dizer, quando aprender eu digo), que é vizinho do lado. Sim por aqui à muitos estudantes erasmus.

E a noticia do dia é que me estreei. Hoje dei uma bela queda na neva, daquelas à desenho animado.
















Os automoveis com um bocadinho de neve, e o rio Nitra















A nossa universidade

Nedel’a (Domingo)

Já comprámos um tacho, agora já podemos fazer comida em casa. Mas mesmo assim hoje voltámos a ir comer fora (que não é muito caro).

Andámos a tarde toda (que não é muito longa) a passear pela parte velha da cidade, fomos ao castelo (muito giro) e andámos à descoberta. Cada dia, cada coisa nova.

Temos a semana inteira para conhecer a cidade, porque pelo andar das coisas vai demorar até tratarmos de tudo por aqui de maneira a começar-mos a trabalhar.

Hoje não nevou o que quer dizer que esteve um bocadinho mais de frio, mas nada que não se aguente bem. Casaco, luvas, cachecol, chapéu são coisas quase indispensáveis, que também são obrigatórias tirar quando se entra em qualquer lugar. Tudo é aquecido, e bem aquecido.

Faz-me falta o expresso.















A nossa residencia la atras (isto nao tem acentos porque aqui nao ha)

Sobota (Sábado para quem não sabe)

Acordar cedo, pois como já disse o dia aqui começa bem pela manhã. Ir trocar dinheiro e às compras (para poder comer qualquer coisa), isto porque ainda não podemos ir comer à cantina e seja como for pelos vistos está fechada ao fim de semana. Temos frigorifico no quarto, o que ajuda, uma cozinha no andar, mas tem apenas dois bicos eléctricos para cozinhar e um lava louça, parece me pouco, mas é o que há.

Temos televisão e por sorte há um canal que conseguimos ver, CNN, porque de resto tudo é dobrado. Sempre podemos ir vendo como vai o mundo. O problema é mesmo não termos Internet nem sequer conseguimos ter notícias de Portugal.

Deitar cedo, porque não há nada para fazer.




























Olha para eles no aeroporto

A chegada

Para apanhar o autocarro em Bratislava para Nitra foi uma aventura. Primeiro levantar dinheiro, coroas eslovacas para comprar os bilhetes. Os motoristas não falavam inglês, logo é preciso apontar, perceber quanto é, pagar, e perceber quanto vale o dinheiro que temos na mão.

Depois de despir metade da roupa que temos vestida, coisa comum por estas bandas cada vez que se entra em algum sítio, lá começamos a entender o valor das notas e moedas, e olhar para a paisagem cada vez mais branca, estava a nevar e o autocarro a uma velocidade estonteante de cerca de 50 Km/h.

Lá conseguimos finalmente chegar a Nitra onde as nossas amigas já nos esperam. Nada melhor que ter alguém que percebe, fala e sabe o que nós não entendemos.

Nova aventura, apanhar dois táxis para as residências (o Bruno está na Mladost e eu e a Sílvia estamos na Anton Bernoláka). Qualquer carro aqui pode ser um táxi, e os ditos carros são de uso pessoal para quem os conduz, portanto não é de admirar quando nos abrem o porta-bagagem para as mochilas que encontrem os brinquedos dos garotos. Os carros derrapam no gelo, mas isso não parece ser um problema para quem conduz.

Depois de chegar à residência, ambientarmo-nos ao local, tomar um banho, descansar um bocadinho percebemos que aqui os horários para tudo são substancialmente diferentes que os nossos. As aulas começam às 7 da manhã (ainda bem que não viemos fazer disciplinas!), terminam entre as 4 e as 7 da tarde. Janta-se normalmente por volta das 6 (cedo, cedo, cedo…), podemos ir ao café e a um qualquer bar, mas deitamo-nos substancialmente mais cedo que estamos habituados. Há que dormir para aproveitar bem as horas de luz do dia e as temperaturas mais ou menos agradáveis (entre -5 a -10ºC).

Para primeiro dia até que não correu nada mal.


sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Em viena a lembrar o REX

Acabámos de descobrir que o pão que o REX come é muito bom! Pelos vistos o raio do bicho é bem tratado…

Como devem ter reparado, hoje começaram as aventuras e desventuras pelas terras frias da Europa.

Para quem não sabe, não ouviu falar ou não se lembra, eu mais dois grandes amigos e colegas (o Bruno e a Sílvia) vamos em erasmus para uma universidade na Republica da Eslováquia, em Nitra mais propriamente.

Os próximos cinco meses vão ser recheados de aventuras e desventuras que espero conseguir partilhar com todos vocês.

Só para dizer que já cheguei!

As aventuras e desventuras pelas terras frias da Europa…















Tudo começou hoje, ou melhor ontem (porque já é tarde), no aeroporto Sá Carneiro aí por terras portuguesas. Porto - Palma de Maiorca, tudo a correr bem não fossem as aterragens que para mim um terror, o cérebro maior que a cabeça, dores incríveis e eu à espera que tudo termine muito depressa. Uma hora de espera e lá embarcamos de novo, porta D69, agora com destino a Viena, nova aterragem, que nem me atrevo a descrever, e lá saímos para o frio.

Rapidamente de novo dentro do aeroporto, decidimos que aqui vamos permanecer as próximas horas. Temos autocarro logo pela manha, lá paras as oito. Por enquanto resta-nos a Internet no aeroporto (uma benesse das novas tecnologias).

Ficam prometidas as fotos, logo que desfizer a mala (preciso do cabo).

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Zona de descompresão

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh