quarta-feira, setembro 28, 2005

Usem e abusem

Quem não gosta daquele momento em que chega a casa, se descalça e se senta no sofá, ou mesmo quando chega ao fim do dia e se senta só para uns momentos de puro descanso.

Pois é, toda a gente deve ter uma relação especial como o seu sofá de casa. Às vezes, quando há mais do que um, existe “aquele” que preferimos sempre. Para fazer qualquer coisa como, ler um livro, o jornal ou uma revista, ouvir música, ver televisão. Esticar-se. Pura e simplesmente estar.

Portanto há que aproveitar os momentos que os nossos sofás nos proporcionam. Por pequenos ou poucos que eles sejam.

Aproveitem-se do vosso sofá. Usem e abusem. Ouçam o que vos digo.

terça-feira, setembro 27, 2005

Pequenas coisas

Um dia que termina mal... e outro que começa. O que vale sempre são os momentos entre o início e o fim. Normalmente são esses que nos fazem sorrir.

domingo, setembro 25, 2005

Contos de (des)encantar

Um pensamento surgiu no outro dia, e uma dúvida ficou a pairar no ar. É certo que existem contos daqueles para crianças, que nos contaram quando éramos pequenos. Todos eles com uma moral a reter.

A dúvida que surgiu no outro dia foi mesmo relativamente ao patinho feio. É certo que o patinho feio se transformou num belo cisne. Uma história com um final feliz. Mas a verdade é que na vida real encontro mais cisnes que se transformam em patinhos feios do que patinhos feios em cisnes.

A vida real, às vezes difere muito da moral dos nossos contos de infância. As pessoas diferem muito daquilo que nos parecem.

Que não confies em mim e me mintas. Pior era difícil.

sábado, setembro 24, 2005

Alguém me sabe dizer,

onde é que se compram horas? Precisava de umas para amanha. Quero dormir mais um bocadinho.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Há pessoas,

que são dotadas de um certo sentido de humor. Há outras que (pura e simplesmente) não.

terça-feira, setembro 20, 2005

O mundo e a sua cor

Há dias em que o mundo parece mais colorido. Com mais cores que o habitual, em harmonia plena. Que quando olhamos à nossa volta, apenas podemos sorrir.

Descobrir que estes dias, e todas estas cores nos são oferecidas pelos nossos amigos. Quem mais nos estima e quer. É bom.

Obrigado meus amigos por me colorirem o mundo.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Ilusão

Uma manhã igual a tantas outras. Onde ainda acordo cansada, porque a noite foi curta. Com os olhos pesados e as pernas que doem. Em que a cama me chama e me diz para não partir.

A diferença que é que desta vez olho para o lado, e te vejo. Estás ali, já acordado a olhar para mim. Tenho vontade de te abraçar de te beijar de sorrir de rir. Só de contentamento. Fico feliz.

Até que o pior chega. Os meus olhos cansados deixam de me enganar por momentos e apercebo-me que afinal não estás e que a minha imaginação hoje voou mais alto que de costume. Fico triste. Queria que a ilusão de te ter ali durá-se mais uns momentos.

Levanto-me e preparo-me para mais um dia sem ti.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Hoje,

quero que as folhas das árvores caiam,
que não pare de chover,
que a luz lá fora se apague,
que o sono chegue,
que de manhã, a vida me volte a sorrir...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Chegaste muito devagarinho,

assim como quem chega sem querer ser visto. Mas eu sei que a ideia não era só essa, querias ver aquele meu sorriso que sabes que só faço quando te vejo chegar. Querias poder saborear o momento, por isso estavas a guardá-lo e a escolhê-lo.

Eu estava tão entretida no meio das minhas coisas, que a verdade é que nem te senti entrar. Não me apercebi que estavas ali, há uns minutos a olhar para mim. Quando por acaso me voltei para trás, lá estavas tu. A olhar-me fixamente.

Foi então que aquele sorriso que é só nosso apareceu na minha face, tive a sensação que vi um muito parecido na tua. Mas não posso garantir.

Para a próxima tomo mais atenção.

Já te disse que não há um único dia em que não pense em ti?
«De que serve viver senão tornarmos a vida menos difícil aos outros?»

George Eliot (Mary Ann Evans) (1819-1880)

quarta-feira, setembro 14, 2005

Veio a acompanhar uma visita, tornou-se do mesmo modo uma visita. Ficou parado encostado a uma cadeira na sala. Convidaram-no a sentar, falaram-lhe, e ele nada. Não se quis sentar, não falou, observou e ficou especado.

E ali estava ele de pé como que a perguntar, como uma criança pergunta à sua mãe: demora muito?

Achei-lhe piada. Parecia um garoto.

Em ponto grande.

Isto de viver sozinha tem que se lhe diga,

é verdade que eu não vivo bem sozinha. Somos uns quantos cá em casa. Ela também é grande e chega para todos. Mas a realidade esta semana é outra. Estou realmente sozinha. E a ideia começou a agradar-me desde início. Agora que se concretiza. Ainda melhor.

Chegar à noite e ela ser só minha. Pertencer-me por completo. Acordar de manhã e ela continuar só minha... Sabe bem, sabe muito bem.

De futuro, quando for tempo disso, vou adorar viver só com a minha música, os meus livros... e a liberdade, a liberdade de estar sozinha. Vai ser bom. Com toda a certeza.

terça-feira, setembro 13, 2005

Há coisas que realmente me dão prazer,

Despir-me, mal chego a casa.
Um copo de um bom vinho tinto.
Ler um livro ao som de uma boa música, sentada à janela ao fim do dia.
Andar descalça num chão frio.
Beber um café.
Conduzir sem destino e hora marcada.
Passear à noite à beira mar...descalça.
Ficar à janela enrolada numa manta a ver a chuva cair.
Ouvir a campainha tocar quando estou sozinha.
Estar sozinha de vez em quando.
Ter um amigo com quem partilhar um sorriso.
Desafinar enquanto tomo banho.
Amar-te a cada instante.
Acreditar que é possível.

domingo, setembro 11, 2005

Reflexo...















os meus amigos, aos meus olhos...

sábado, setembro 10, 2005

Escureceu,

parece que é mais um dia que está a findar. Ou a começar, conforme o ponto de vista. Arrumo tudo, certifico-me que está tudo bem, tudo fechado, tudo desligado.

Agarro na carteira e visto o casaco, já começa a estar frio, pego na chave do carro e volto para casa. Descubro que conduzir me dá prazer, muito prazer.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Indescritível

Descobrir amigos com quem não se fala e não se sabe nada há anos e passar uma noite só de conversa. Melhor ainda estarmos todos em diferentes sítios do mundo e podermos falar, falar e falar. Tenho que agradecer às novas tecnologias.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Vamos chegando,

aos pares, ou sozinhos.
A pé, ou de carro.
Com pressa, ou sem pressa.
Também não interessa.

Ficamos juntos...
conversamos,
rimos,
sorrimos,
por vezes choramos.

pois é,
simplesmente...
conversas de café.

quarta-feira, setembro 07, 2005

E são 31... os campos de golfe!

«Para regar os 31 campos de golfe actualmente existentes no Algarve é necessário um volume de água equivalente ao consumo de uma cidade com 240 mil habitantes - ou seja, cerca de 60% da população residente na região -, indica um estudo universitário. Numa fase em que se agrava a escassez de recursos e 75% do território nacional está em situação de seca extrema, os ambientalistas apontam o dedo à dependência excessiva dos empreendimentos em relação a captações subterrâneas, enquanto a associação representativa dos empresários minimiza os gastos e salienta estarem em curso medidas de poupança.

"Este ano a procura dos campos de golfe algarvios aumentou cerca de 10%, mas isso não se reflectiu nos gastos de água", acentua Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). "Aliás, conseguimos atingir cerca de 30% de redução nos consumos da população flutuante e 40 a 50% nos campos de golfe".

O dirigente associativo considera "estranho" que os olhares se centrem na factura do golfe, quando o sector agrícola é o que mais água absorve no Algarve - 73 a 75%, de acordo com variados estudos da universidade da região e de organismos oficiais. "Se compararmos a rentabilidade de um campo de golfe com a de idêntica área de regadio, não faz sequer sentido colocar o primeiro como mau da fita", sustenta Elidérico Viegas.

Argumentos que não convencem a Almargem, que salienta o facto de os empreendimentos se concentrarem no eixo Albufeira-Loulé-Faro, "precisamente onde há maior escassez de recursos hídricos e onde a precipitação é menor". A associação ambientalista contesta igualmente a fatia do bolo atribuída ao sector agrícola, considerando que muitas áreas avaliadas nos estudos oficiais estão já abandonadas e que a rega de citrinos se realiza actualmente "de forma muito mais eficiente do que nos golfes, por recorrer a sistemas de gota-a-gota".

Estações próprias


Carlos Cabrita, responsável da Almargem para a área dos recursos hídricos, lembra que só uma pequena minoria dos campos usa águas superficiais, recorrendo a protocolos com as associações de regantes. Por outro lado, apenas um recorre exclusivamente a água residuais tratadas e são poucos os que usam esse sistema como complemento, apesar de investimentos em estações próprias feitos, nalguns casos, "com financiamentos públicos".

Essa é uma das falhas detectadas num estudo sobre o golfe efectuado, no ano passado, pela Universidade do Algarve, que aponta igualmente a necessidade de serem aplicados sistemas de rega mais adequados, em alternativa ao comum - por aspersão. O documento indica soluções técnicas que poderiam reduzir os gastos de água, identificando "diferenças tecnológicas consideráveis ao nível do controlo da rega" nos campos analisados. A título de exemplo, refere que apenas quatro dispunham de estação meteorológica para ajudar no cálculo dos parâmetros de rega.

Além de considerar "crítico o facto de a origem do abastecimento" depender excessivamente da captação de águas subterrâneas, o estudo aponta outro risco a salinização do solo e consequente contaminação dos aquíferos, particularmente "vulneráveis à contaminação salina quando se situam no litoral, devido a avultadas captações aí efectuadas".

Factores identificados, de resto, na generalidade dos estudos de impacte ambiental, que apontam consequências negativas e de carácter permanente no plano da hidrogeologia e dos recursos hídricos superficiais. Até porque, da área total ocupada pelos campos em funcionamento, 71,7% está sobre sistemas aquíferos.

A somar a todos estes impactos, a Almargem acrescenta o facto de o golfe ser cada vez mais "um negócio imobiliário" e de os turistas "consumirem, em média, 440 litros de água por dia, contra os 250 da população residente". Números que "podem mesmo atingir os 880 litros, se contabilizarmos as piscinas e outras comodidades auferidas pelos turistas que praticam golfe".

Elidérico Viegas concorda que o golfe é uma indústria (que gasta, aliás, mais do dobro de água do sector industrial da região), mas no sentido economicamente positivo do termo "É uma indústria pela riqueza que gera e pelos bens que atrai".»

manchete do Jornal de Notícias, 5 de Setembro de 2005

Não são propriamente os campos de golfe do Algarve e a água que gastam que me assustam, mas sim a inércia de quem pode e não faz nada para se usarem soluções adequadas de forma a poupar a pouca água que ainda nos resta. Se não começarmos a ser conscientes hoje, que futuro se avizinha amanha?

terça-feira, setembro 06, 2005

Pescaria de amigos

Estão sentados na mesa do café, a mandar conversa para o ar. Muito divertidos estão a combinar jantares, idas à praia, a discutir o porquê da tampa da Coca-Cola ser verde, entre tantas outras coisas. A conversa voa a uma velocidade vertiginosa.

Falam também em ir à pesca, pegar no barco e ir à pesca. Parece giro.

Até que alguém se lembra de perguntar,

- Ir à pesca, e o isco, o que se usa para isco?
- Então delicias do mar, deliciosas e irresistíveis para os peixes.

Vamos ter uma bela pescaria, um jantar melhor ainda.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Uma resposta peculiar

Tenho um primo que há muitos anos atrás, quando a irmã lhe pedia para ele ir ao cinema à noite com ela, pois o pai não a deixava sair sozinha à noite, lhe respondia:

- O que é que eu tenho a ver com a posição do sol.

domingo, setembro 04, 2005

És tu,

Que me fazes acreditar,
Que me fazes duvidar,
Que me fazes pensar duas vezes,
Que me fazes sorrir,
Que me fazes chorar,
Que me fazes perder a cabeça.

sábado, setembro 03, 2005

Uma pergunta peculiar

Há cerca de uns quatro ou cinco anos fui abordada a meio de um almoço num dos bares da minha universidade por uns dois rapazes e uma rapariga. Estavam sentados na mesa ao meu lado e não posso negar que não estava a tomar atenção à conversa que estavam a ter há um bom bocado.

A questão que se punha era simples. Que toda a gente uma vez na vida roubou alguma coisa, seja o que for. E sem mais nem menos um dos rapazes vira-se para mim e faz-me a pergunta mais estranha que já me fizeram na vida.

- Olha desculpa, já alguma vez roubaste alguma coisa? Qualquer coisa.

Acho que lhe comprovei a teoria.

sexta-feira, setembro 02, 2005

«Há dias em que tudo o que vejo me parece pleno de significados: mensagens que me seria difícil comunicar a outros, definir, traduzir por palavras, mas que precisamente por isso se me apresentam como decisivas. São anúncios ou presságios que me dizem respeito a mim mesmo e ao mundo ao mesmo tempo: e de mim, não os acontecimentos exteriores da existência mas o que acontece cá dentro, no fundo; e do mundo não um facto singular qualquer mas o modo de ser geral de tudo. Compreendem pois a minha dificuldade em falar disto, a não ser por alusões.»

Italo Calvino, Se Numa Noite de Inverno Um Viajante

quinta-feira, setembro 01, 2005

Como a minha avó dizia:

O Diabo sabe muito não por ser Diabo, ... mas porque é velho.